quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Consequências da obesidade infanto-juvenil


A mais séria consequência ao excesso de peso na infância e adolescência é a progressiva incidência de obesidade na vida adulta. Estatísticas demonstram que crianças e adolescentes obesos serão candidatos à obesidade na vida adulta em proporção superior a 50%, isto é, cerca de metade dos obesos infanto-juvenis terão que lutar contra o excesso de peso durante a vida adulta.
Além disso, as crianças e adolescentes que ultrapassam a barreira de um Índice de Massa Corporal superior a 95% são considerados como candidatos às mesmas comorbidades que os adultos - alterações nas articulações (principalmente joelho e coluna), pedras na vesícula, alterações nas gorduras do sangue (colesterol elevado, HDL-colesterol (colesterol bom)) baixo e propensão para doenças coronarianas em idade relativamente jovem (30 - 40 anos).

Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/nutricao-homo-obesus/sem-categoria/obesidade-na-crianca-e-no-adolescente/

Obesidade...Um problema de saúde pública principalmente para crianças e adolescentes!


Nas duas últimas décadas, a obesidade tem se tornado um dos principais problemas de saúde pública entre crianças e adolescentes
No Brasil, alguns estudos pontuais têm demonstrado esse problema (Von Der Heyde, 1999; Ribeiro et al., 1998; Castro et al., 1999; Salles et al., 1999; Balaban & Silva, 2001), sendo que, em trabalhos realizados por nosso grupo nas cidades de São Paulo, Santos e Cotia, tem sido verificado que o excesso de peso está presente em 30% a 40% das crianças e em mais de 20% dos adolescentes.
Esse é um fato preocupante, uma vez que a obesidade normalmente está associada a algumas alterações metabólicas, tais como a hipertensão, a dislipidemia, a hiperinsulinemia e, mais recentemente, a diabete tipo II.

Embora muitos profissionais julguem conhecer os critérios antropométricos que estão sendo adotados para a avaliação da população jovem, tem sido observado um certo desconhecimento na interpretação dos resultados encontrados para essa população, sendo necessário, portanto, muita cautela, pois essa avaliação dependerá de vários fatores, como: idade, sexo, maturação sexual e gravidade da obesidade.

Atualmente considera-se que crianças e adolescentes estão com sobrepeso quando o índice de massa corporal (IMC) for > P85 e < P95, e com obesidade quando o IMC > P95, devendo sempre ser levado em consideração o sexo e a idade.

De acordo com Barlow e Dietz (1998), um Comitê de “Experts”,composto por médicos, enfermeiros e nutricionistas, propõe que crianças com IMC > P85 com complicações da obesidade (dislipidemia, hipertensão ou outra alteração) ou ainda aquelas com IMC>P95 com ou sem complicações devem ser submetidas à avaliação e tratamento.
Para as crianças e adolescentes que ainda estão na fase pré-púbere ou púbere, a restrição energética também não deveria ser tão intensa, uma vez que eles se beneficiarão com o crescimento, mas devem receber uma orientação nutricional adequada, com o intuito de não continuar ganhando muito peso corporal.

Nesse caso, é melhor fazer apenas algumas orientações, no sentido de modificar o comportamento alimentar, do que fazer dietas pré-estabelecidas. Embora alguns profissionais achem que, para crianças e adolescentes obesos, o importante é mudar a qualidade da dieta sem reduzir a quantidade, não é o que recomendamos na prática, pois, se conseguirmos alterar o comportamento alimentar da criança e do adolescente, o resultado em torno da perda de peso geralmente é bem satisfatório, podendo,em um segundo momento, melhorarmos a qualidade da dieta, que geralmente é insatisfatória para essas faixasetárias. A criança e o adolescente são muito resistentes às orientações nutricionais, principalmente quando imaginam que tudo aquilo que eles gostam passa a ser“proibido”, portanto, é preciso ganhar a confiança desse paciente para posteriormente propor alguma modificação qualitativa de sua dieta.

Para os adolescentes pós-púberes, em que o benefício do crescimento poderá ser muito pequeno ou não mais existir,o tratamento será mais restritivo e pode-se dizer que é particularmente semelhante ao do indivíduo adulto, no

qual poderão ser estabelecidas restrições de 1 a 3 kg por mês. Lembrar que restrições energéticas iguais ou acima de 4 kg estão associadas com a perda de massa magra, o que não é ideal para qualquer pessoa que esteja sendo submetida à dieta hipocalórica, principalmente em crianças e adolescentes em desenvolvimento.
% Gravidade do IMC P95 = (IMC atual/IMC P95) X 100
Esta avaliação é muito importante porque demonstra se houve ou não afastamento do grau da obesidade determinada pelo ponto de corte do IMC no percentil 95. Como para a criança e o adolescente não há critérios para estabelecer o grau da obesidade, propomos a adoção dos seguintes pontos de corte baseados na presença de alterações bioquímicas e metabólicas que temos observado em nossos pacientes:
Obesidade leve: valores do % de Gravidade do IMC P95 até 110%

Obesidade moderada: valores do % de Gravidade do IMC P95 de 111% a 120%

Obesidade grave: valores do % de Gravidade do IMC P95 acima de 120%
Estes pontos de corte estabelecem que, para a obesidade leve, moderada e grave, os valores percentuais estão até 10%, 11% a 20% e mais do que 20%, respectivamente, acima dos valores considerados para a classificação de obesidade.
Dessa forma,o nosso objetivo foi apresentar um pouco da nossa experiência vivenciada no Ambulatório de Obesidade, do Centrode Atendimento e Apoio ao Adolescenteda (UNIFESP), e assim poder oferecer um melhor direcionamento quanto à avaliação da criança e do adolescente obesos, para que medidas intervencionistas sejam adotadas cada vez mais precocemente e da forma mais adequada.
Tese de Doutorado - Universidade Federal de São Paulo/EPM]
FISBERG, M. Atualização em Obesidade Infantil e
adolescente. Editora Atheneu, São Paulo, 2004.
TANNER, JM - Growth and maturation during adolescence.
Nutr. Rev., 39(2): 43-55, 1981.
Fonte: http://www.abeso.org.br/revista/revista21/crianca.htm