sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Adipocinas e Adiponectina


Adipocinas
*Sabe-se que o tecido adiposo é metabolicamente ativo. Dentre suas variadas funções ele desemprenha função endócrina, pois secreta substâncias hormonais que sinalizam o metabolismo e a inflamação, chamadas de adipocinas.
Essas moléculas regulatórias produzidas pelos adipócitos têm ações diversas, podendo ser agrupadas de acordo com a sua principal função em adipocinas com função:
# imunológica
# cardiovascular
# metabólica e
# endócrina.
Muitas delas regulam o próprio adipócito e outras têm seu alvo em tecidos distantes. Em 1994 foi descoberta a primeira delas, a leptina, mas atualmente foram descritas por volta de 50 adipocinas.

Em uma pessoa obesa, o tecido adiposo é maior, o que acarreta uma maior produção de adipocinas em geral, e esse aumento ocorre com o aumento da resistência à insulina e conseqüentemente com o aumento da glicemia. (Exceção: não há aumento da adiponectina e sim sua diminuição.)

Adiponectina
A adiponectina é um homônio peptídico. Ele é um tipo de adipocina que circula no sangue e afeta o metabolismo dos ác. Gaxos e dos carboidratos no fígado e no músculo. Este hormônio aumenta a captação dos ác. Graxos do sangue pelos miócitos e aumenta a velocidade da β oxidação nessas céluas.
Além disso, esse hormônio bloqueia síntese dos ác. Graxos e a gliconeogênese nos hepatócitos.

Esses efeitos ocorrem por meio da ativação da AMPK, que quando ativada fosforila muitas proteínas importantes para o metabolismo dos ác. Graxos e dos carboidratos com profundos efeitos no metabolismo.
Nos obesos a adiponectina se encontra diminuída e alguns estudos tem sido feitos para explicar esta redução. Essa diminuição do número de adiponectina é prejudicial ao organismo, pois esse hormônio está relacionado com o aumento da sensibilidade a insulina e atenua a progressão da aterosclerose
Alguns estudos feitos em ratos revelam a reversão da insulino-resistência com a administração de adiponectina, mostrando expectativas para uma futura utilização desta substância para tratamento da diabetes tipo 2

Insulina e Glucagon


Insulina e glucagon são hormônios peptídicos extremamente importantes para o metabolismo da glicose que são produzidos por grupamentos de células especializadas do pâncreas chamadas de Ilhotas Pancreáticas, também chamadas de ilhotas de Langerhans.
Cada tipo celular da ilhota produz um único hormônio:
as células α :glucagon;
as células β : insulina.
Glucagon e insulina têm atuação oposta no organismo.
Imediatamente após uma refeição rica em carboidratos, a glicose absorvida pelo sangue estimula o aumento da secreção de insulina. A insulina provoca a captação, o armazenamento e o uso rápido da glicose por quase todos os tecidos corporais, porém especialmente pelos músculos, tecido adiposo e o fígado.
Aqui vai um resuminho da atuação da insulina:
*Aumenta a captação de glicose pelas células promovendo o transporte da glicose através da membrana celular.
*diminui a concentração de glicose no sangue.
*inibe a utilização de ácidos graxos e estimula sua deposição no tecido adiposo.
*estimula, no fígado, a captação da glicose plasmática e sua conversão em glicogênio.
*inibe a utilização de ácidos graxos e estimula sua deposição no tecido adiposo.
*inibe a gliconeogênese , pois a insulina reduz a quantidade e a atividade das enzimas hepáticas necessárias à gliconeogênese.

**Quando não há carboidratos disponíveis na dieta a secreção de insulina diminui. A ausência de insulina ativa a lípase sensível a hormônios, ocasionando a mobilização rápida dos Ac. Graxos e sua metabolização
**Quando a quantidade de glicose que chega às células hepáticas é maior do que a que pode ser armazenada como glicogênio, a insulina promove a conversão de todo esse excesso de glicose em ácidos graxos. Esses ácidos graxos são em seguida embalados como triglicerídeos nas lipoproteínas de densidade muito baixa, transportados até o tecido adiposo e lá depositados como gordura.

Problema relacionado
Quando há muita glicose no sangue o pâncreas precisa porduzir um nível alto de insulina. Assim quanto maior o nível de glicose sanguínea mais o pancreas trabalha para produzir a insulina necessária.
O corpo humano reage ao aumento da produção de insulina com a diminuição do número de seus receptores; isso poderá provocar um caso de resistência à insulina.
Há um ponto em que o pâncreas não consegue mais aumentar a quantidade de insulina produzida; Ocorre uma lesão nas células β e o número de insulina decresce. Assim a pesso ficará em um quadro de baixa insulina e alta glicose sanguínea, surgindo assim a diabetes tipo 2.

Excreção da insulina
Quando a glicose no sangue aumenta, ela é tranportada pelo GLUT2 para o interior das células β, sendo imediatamente convertida a glicose-6-fosfato pela Glicoquinase e entra na glicólise. Em seguida Ciclo de Crebs e Fosforilação oxidativa. Isso resulta no aumenta da concentração de ATP causando o fechamento dos canais de K⁺, que são canais controlados pelo ATP na membrana plasmática. A redução do fluxo de saída do K⁺ despolariza a membrana, o que faz abrir os canais de Ca²⁺ que são sensíveis a variações de voltagens. A entrada do cálcio desencadeia a liberação da insulina por exocitose.

O Glucagon por sua vez é liberado quando a glicemia está baixa. Seu efeito mais importante é justamente de aumentar a concentração sanguínea de glicose pela decomposição do glicogênio hepático (glicogenólise)e aumento da gliconeogênese. (Ele tiva a enzima fosforilase, que fraciona as moléculas de glicogênio do fígado em moléculas de glicose, que passam para o sangue, elevando a glicemia)

OBS:Relação Adrenalina X insulina e glucagon
A expressão de adrenalina aumenta o nível de glucagon e reduz o de insulina, estimulando a produção dos combustíveis desestimulando o armazenamento. A adrenalina, primariamente, estimula a degradação de glicogênio hepático em glicose sanguínea.
Outras ações da adrenalina:
-Estimula a degradação anaeróbica do glicogênio do músculo.
-inibe a transformação da glicose em glicogênio
-estimula a formação da glicose a partir da gliconeogênese ( que utiliza como substrato AA, lactato e glicerol).
A adrenalina é liberada quando a pessoa faz exercício ou em momentos de risco. Assim, haverá uma maior quantidade disponível de combustível para o corpo nesse situação.

O mundo com obesidade


No mundo, é claro que a obesidade vem crescendo rapidamente. Porém o que pesquisadores vêm notando, cada vez mais, é que esta doença está aumentando principalmente nos países em desenvolvimento. A explicação para este fato é de que quando o país se desenvolve ele acaba adquirindo benefícios antes não conhecidos. A vida vai ficando cada vez mias rápida e o tempo gasto para uma boa alimentação vai ficando cada vez mais escasso. Em decorrência disto, a obesidade vai surgindo discretamente e com o tempo atinge grande parte da população. Exemplos disto podem ser citados como no Brasil e na Colômbia em que a obesidade já está por volta de 14%.


Os Estados Unidos é o país que pode ser citado como uma cultura de má alimentação. Os fast foods são encontrados por toda parte, a alimentação não tem rigor nem disciplina e o tempo para cuidar da saúde é extremamente pequeno comparado com o tempo gasto no trabalho. Neste país, a obesidade já atingiu pelo menos 31% da população. Este índice é muito preocupante, pois os gastos com a saúde pública são cada vez maiores e as comorbidades que acompanham esta doença são freqüentemente diagnosticadas.


A OMS criou um termo para se referir a obesidade dos novos tempos. "Globesidade" é uma palavra que têm como significado a obesidade que se encontra por todo o mundo, a obesidade que se adquire com o desenvolvimento, a obesidade intrínseca à sociedade.